sábado, 4 de dezembro de 2010

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MITO

mito s. m. Narrativa dos tempos fabulosos e herói­cos. / Narrativa que sob a aparência de uma lenda comporta   sempre   uma   significação   simbólica   e, notadamente, cosmogônica, tendo deuses como personagens. (V. encicl.) / Coisa fabulosa, e fam., coisa tão rara que parece fabulosa, sem existência real.
   — ENCICL. Em filosofia, o mito pode ter um papel fundamental para exprimir, como em Platão, o que não pode ser expresso racionalmente, como por exemplo tudo o que respeita à vida futura ou às conversões espirituais do homem (mito da Caver­na, mito de Er o Arménio, mito do Banquete). A psicologia e a sociologia consideram o mito como uma forma de explicação do mundo, próximo da religião e exprimindo certas estruturas da socie­dade (Lévi-Strauss) ou do espírito humano, que projetam inconscientemente certos tipos gerais de explicação das coisas (C. G. Jung). Em teologia, o mito, consistindo em história da(s) divíndade(s). pressupõe a existência desta(s), agindo ativa e passivamente no tempo e no espaço. A ausência de tal pressuposição (porque ainda não alcançada ou já superada) implicará a mentalidade ou estado pré-míticos ou pós-míticos. Mas todos esses está­gios devem ser considerados para a compreensão da essência do mito. Em Paul Tillich deparamos com a tentativa de superação do contraste entre a concepção metafísica e a epistemológica do Mito. Para ele, em sua teoria simbólico-realista, o mito equivale a um símbolo derivado de elementos da realidade e destinado a expressar, no ato religioso, o absolutamente necessário ou a transcendência do ser. A realidade do mito tem por alvo o absoluto-real. Mas o mito não possui a realidade da imagem, por existir em símbolos submetidos à regularidade formal, determinada pela (respectiva) concepção do absoluto. Daí resulta a ligação pecu­liar entre mito e religião, que deve ser concebida dialeticamente, para evitar duas tentativas (frus­tradas): a de neutralizar ou anular a ligação, e a de equiparar ambos. O fundamento de tais intentos é constituído, respectivamente, pelas concepções emotiva e intelectual da religião. A isso contrapõe Tillich sua teoria da correlação: todo ato religioso refere-se a um objeto religioso e tal objelo só será religioso na medida em que corresponder àquele ato. A religião, porém, desenvolveu um protesto contra o mito, por èle tender para a ohjelividade ou concretização do divino no tempo, no espaço e no humano. O profetismo o combate, o misticismo o supera e a filosofia da religião o considera irracional, mas a própria religião antimítica (trans­cendentalista) possui seus símbolos visíveis. Assim sendo, após a superação do mito, resta a sua substância. Eis porque, mesmo no cristianismo, o mito se constitui em categoria religiosa. A distinção residiria no fato de o mito aceito sem protesto negar a divindade e a transcendência, condicio­nando-as ao humano e imanente; enquanto que o mito demitificado, superado, revela sua referência ao divino e transcendente. Para Tillich, portanto, o mito, como expressão daquilo que sustenta a exis­tência humana, ligando-a à transcendência do ser, embora possa ser superado, é indestrutível, encon­trando-se não só nos bastidores da religião, mas da ciência, da história, da ética etc. Em Bultmann. que se refere mais especificamente ao Novo Testa­mento, o mito (que nâo deve ser identificado com "lenda" ou "fábula") não se limita à narração ou descrição, mas pretende expressar (como mito cosmogõníco, cosmológico, antropológico, soteriológico, escatológico etc.) algo que, embora trans­cendendo a existência humana, a ela se refere. Expressando a dependência da existência humana relativamente a Deus, o mito dá expressão à libertação dessa existência de todos os podêre:. imanentes. Mas a linguagem do mito, sendo ima­nente, obscurece sua própria finalidade. Eis por­que, distinguindo entre o fato expresso pelo mito e a maneira como o expressa, será preciso demitíficá-lo, a fim de alcançar sua intenção última.
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Mito, tambem é:cid. do Japão, na ilha de Honshú, cap. dí-. pref. de Ibaraki; (+-) 145.00 hab. Entroncamento fer­roviário. Centro do comércio do fumo.


grande enciclopedia delta  laroussel

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